quarta-feira, 23 de junho de 2010

As casas de minha avó

Meus avós tiveram diversas casas, lembro-me de algumas, não de todas, aliás, melhor seria esquecer de muitas, mas em cada uma delas vivi uma fase da minha vida, tanto eu como os meus irmãos, embora a ligação maior de todos da minha família com tios e tias maternos, quem a teve fui eu, por uma série de circunstâncias.

A primeira casa que eu me lembro ficava no Pau Miúdo. Olhem só o nome do bairro: há quem diga que “quem mora na curva grande não casa com homem do Pau Miúdo”, embora tenha eu morado na Curva Grande, não tive nenhum envolvimento com homem do Pau Miúdo. Nessa época nenhum dos meus tios era casado. A casa, salvo engano, eu ainda era muito pequena mesmo, tinha uma sala grande logo na entrada. A fachada tinha duas janelas, que davam diretamente para a rua. A casa ficava na rua direta, isto é; na rua principal onde os ônibus passavam. Um dos meus tios, o mais velho, que era uma pessoa enorme, tanto na altura quanto na largura, tinha inclusive sido boxer, era motorista de ônibus e estava de olho numa vizinha que morava em frente à casa de minha avó. A senhorita que despertava o interesse desse meu tio, penso que se chamava Cléo, ficava na janela da casa dela esperando o ônibus passar e meu tio chegar a casa. Era interessante ver aquele namoro de janela, pois, mesmo quando o meu tio ia conversar com ela, tinha de ficar do lado de fora da casa, e a moça ficava na janela, só que pelo lado de dentro, contato físico do baixo ventre, nem pensar!

Não me lembro dos quartos dessa casa, mas lembro que ela tinha um pátio no fundo, que tinha dois níveis: em um deles, ficava a célebre bacia de minha vó lavar roupa. Na verdade uma banheira, pois não se pode chamar de bacia uma zorra daquele tamanho. A bacia era enorme e pesada, acho que era de cobre. Era uma espécie de tina, bem funda, tenho impressão que, se ela estivesse cheia de água, uma criança era capaz de se afogar. Era nela que minha avó lavava toda a roupa da casa. Não sei como a pobre agüentava! Pense em roupa de cinco filhos, a do marido, de toda a casa, dela própria e dos agregados, que nunca foram poucos. Gostava do cheiro da água de barrela, era assim que se chamava aquela água meio esbranquiçada que ganhava esta tonalidade devido ao sabão massa que era utilizado.

Fui muitas vezes a essa casa. Muitas vezes esperava meu avô chegar à tarde com as bananas secas, que eu adorava, continuo gostando até hoje, como também amava o café da manhã que ele fazia. Nessa casa aprendi a apreciar o lombo que minha avó fazia, até hoje ninguém faz igual. Minha tia Glória até que tenta, mas aquela graxa que minha avó Tonieta deixava na panela para a gente fazer a farofa, não vai mais se repetir, fica só a lembrança, aliás, para o bem geral da saúde de todos que agora já estão bem passadinhos, e eu estou me incluindo aí. Também não dá para esquecer do torresmo, que minha avó fazia para tirar a banha. Nunca mais fiquei mordendo aquele couro do toucinho disputadíssimo por todos

Daquela casa me vem a lembrança do protocolo para Tia Tercinha comer feijão. Coisas do meu avô, que cansou de fazer isto para todos nós: o feijão tinha de ser amassado no prato, só depois de amassado, e isto envolvia todos os caroços, é que ela botava a carne e o arroz e a grande aliada das famílias numerosas, a farinha. Ficava, na verdade, extraordinário. Ainda bem que meu avó fazia isto para todos, só era a gente querer. Ninguém pode esquecer, também, dos bolinhos de feijão: “o capitão”! Tenho certeza que todos da minha família, tios e sobrinhos lembram.

Uma segunda casa, também no Pau Miúdo, acho eu, já não tão boa quanto essa, tinha um quarto cuja porta de vidro ficava dando para a sala, cansei de dormir ali no chão com minha tia Gloria e Elisa, minha irmã. A casa ficava numa ladeira, já não era na rua direta, penso que as coisas estavam ficando difíceis para o meu avô.

Lembro-me, ainda, de outra casa, essa ficava na Fazenda Grande: miséria de casa! Aquela era de amargar mesmo. A essa época eu estava já interna no São Raimundo ou no Salette, não me lembro, só sei que minha tia Natércia ia me buscar para o final de semana em casa de minha vó. Essa casa tinha uma sala mínima, onde foram colocados os guarda-roupas e a cômoda. Dois quartos mínimos que davam para um corredor mais mínimo ainda. Um dos quartos, onde dormiam as minhas duas tias mais velhas, tinha duas camas, mais a gente tinha de passar para a do canto por cima da primeira, porque não havia espaço para circulação. Gloria, a quem me avó chamava de “Maria”, dormia na sala, numa cama armada quase embaixo da mesa, era aí que eu também dormia quando lá estava. O melhor de tudo é que a casa não tinha sanitário. Tinha um buraco no fundo da casa, onde as nossas necessidades eram jogadas, após dormirem em penicos que ficavam em baixo das camas. O banheiro também era ai e o cubículo era fechado por palhas. Uma merda total, em todos os sentidos.

Foi nessa casa que conheci umas vizinhas da minha avó, cujos nomes não lembro, que me ensinaram a fazer chapéus, bolsas e outras coisas com palha de coqueiro e acho que, com folhas de bananeiras, hoje já não me recordo o trançado, mas fiz muitas.

Dessa casa não me lembro para onde minha avó foi, mas sei que passamos por Luiz Anselmo, numa casa que ficava pendurada em um morro, pela casa da Barros Reis, essa última adorava água, todas as vezes que dava chuva forte ela se deixava alagar, não tinha maneira de evitar essa atração da casa pela água barrenta das muitas enchentes. Não gostava dessa casa, era feia, úmida, parecia estar sempre suja por fora. Cidade Nova, Cruz da Redenção e outros bairros serviram de endereço para minha avó.

Por uns tempos fomos muito felizes, já tinha mais de 15 anos, quando minha avó foi morar em Praia Grande, sei que morou em dois lugares, uma das casas eu não me recordo, mas a segunda era mesmo maravilhosa: foi uma grande e boa fase. Primeiro porque a casa ficava perto da praia e, segundo, porque já agora tínhamos o Marcos Oliva fazendo parte da família, era o namorado da Glória, que tinha muitos outros amigos. A casa vivia sempre cheia. Conhecemos pessoas, aliás, isto é uma facilidade da família de minha avó, de ser bem quista por onde passava, que até hoje são amigos: Solange, Jandira, Ieda, Nilzete e companhia. Lola e o marido (Alziro) acho que era este o nome. Nem eu nem o meu irmão nos incomodávamos dos gritos estridentes das chamadas na porta (Tiniiiiinho). Tive namorados ali, a exemplo do Helio, do Roberto Berro Grosso, que cantava para mim com uma voz que só ele tinha, lembro-me que ele cantava no Madrigal da Universidade, “Sua estupidez”, acho que até hoje ainda sou meio estúpida quando a estória é gostar da pessoa certa.

Bebíamos muito e nos divertíamos mais ainda. Freqüentávamos o Periperi Esporte Clube, que era tão importante, que os shows de Roberto Carlos, quando este vinha à Bahia, eram ali. Foi nesse clube que tivemos uma porrada feia envolvendo todos nós, eu, meu irmão, meus tios, uma grande e tremenda confusão.Lembro-me que a minha tia Aércia deu um murro na cara do presidente do Clube, isto porque ele agarrou o marido dela- Lula. A porra deu pano para manga, mas entre mortos e feridos, todos salvaram-se.

Também foi em Praia Grande que aprendi como se falava bem o francês, pois o boteco vendia “chateau du valier” pronunciava-se como estava escrito, pense ai: cha te au du vali.

Não sei se estou fazendo confusão, mas penso que depois daí a minha avó morou um tempo na Faísca,na casa de Dona Rosidete ou Rosineide,não sei ao certo o nome, que era sogra de uma senhora que era irmã de um cantor na Bahia, “Vevé Calazans”,que veraneava em Gameleira. Passei alguns dos melhores momentos da minha vida, até porque na época de carnaval eu estava dentro dele, literalmente, sem qualquer esforço. A copa de 70 foi comemorada aí. Tinha eu 17 anos.

Depois dessa casa, não lembro para onde minha avó mudou-se, mas acho que ela foi morar num apartamento que Tercinha comprou no Engenho Velho de Brotas. Até aí ainda lembro da presença de meu avô Regis.

Dali, penso que eles foram para a Saúde, época em que só estavam em casa minha avó e Natércia, não sei se Marcos e Gloria moraram ali, sei é que também fizemos muitas festas e mais vizinhos, Lúcia, a irmã e o marido, a mãe. Eu já tinha casado e descasado e já estava formada em direito.

Minha vó morou em outros lugares, em casas de frente, em casas de fundo, em casas boas, em casas ruins, quando ela faleceu estava morando no apartamento de minha tia Natércia em Brotas. Nunca vi minha vó chorar, se algum dia o fez não me deixou perceber. Pela dureza da sua vida, a que pude acompanhar, nunca presenciei lamúrias, críticas. Se não recebi carinhos daquelas mãos gigantes, que não tinham tempo para afagos, recebi a delicadeza que elas puderam conceber em uma colcha de fuxico, que guardo com o maior apreço, colcha que foi feita na última morada que a minha vó teve, a de Brotas, quando ela não mais podia se locomover e ficava sentada naquela cadeira de diretor de cinema, e que se transformou no objeto de desejo de tantos quantos a conhecem, desejo e inveja, porque somente eu fui agraciada. A colcha tem a barra verde, só podia ser desta cor e daquela tonalidade, afinal era para a Esmeraldinha, a neta a quem ela dedicou tanta atenção e da qual, tenho certeza, tinha um orgulho imenso.

Minha avó deixou uma herdeira, no que se refere a mudanças de casa: Maria da Gloria – a Maria, como ela orgulhosamente chamava a minha tia, a caçula das filhas. Mas as diversas casas e moquifos dessa minha tia ficam para outra oportunidade.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

As mil e uma faces da Virgem Maria



Mais uma vez estive em Fátima. Aquilo é um lugar literalmente místico. Aliás, Portugal tem muitos lugares místicos, lugares de fé, nos quais, de uma maneira ou de outra, você pensa que também tem fé e que os santos te ajudam mesmo.

O Santuário de Fátima é uma enormidade, não gosto da exploração que a Igreja católica faz da fé, mas não posso deixar de admitir que a fé pode mover, literalmente, montanhas. Pessoas ela move porque vi muitas, muitas mesmo, de joelhos se movendo vagarosamente em direção a capela de Fátima, além de uma quantidade imensa de peregrinos que caminhavam em direção à cidade de Fátima, uns com grande dificuldade, mas movidos pela fé seguiam a sua trajetória com o objetivo de fazer, pessoalmente, os seus agradecimentos à Virgem. Sei que as pessoas que vão à Fátima ali se encaminham por força da fé, mas a Igreja não precisava explorar tanto esta fé que ela propaga.

Pois é, mas mesmo não tendo esta grande fé, a apregoada pela Igreja, estive em Fátima e rezei, pedi a Nossa Senhora por todos, até por você, que está lendo isto agora. Sim, porque quase todas as pessoas que lêem os meus escritos são meus amigos, os inimigos jamais se dariam o luxo de entrar no meu blog para me ajudar de alguma maneira. Tenho inimigos ocultos, que não tem coragem de declararem-se como tal, mas são pessoas capazes de denunciarem até o blog e fazer com que a Google exclua-o, como já o fez. Todavia, de nada adiantam as denúncias, não faço nada errado, não ofendo ninguém, a não ser as pessoas que já são ofendidas pela sua própria natureza, aquelas que, por si só, fizeram a opção de sempre achar que estão sendo ofendidas, pessoas inseguras, covardes, não pessoas, mas que se envolvem com pessoas de quem gostamos e que gostam de nós, e que, por isso mesmo, porque não conseguem, por mais que se esforcem, nos afastar, usam de meios não muito recomendáveis para tentar nos agredir. Pronto! Mas até estas pessoas são lembradas nas orações, porque pedimos para que elas se afastem o mais que possam da nossa vida.

  Portanto, pedi isto em Fátima, mas, não satisfeita, estive em outro local de peregrinação aqui de Portugal. Viana do Castelo, no Santuário de Santa Luzia, pedi também por todos, ali também acendi velas, logicamente que mais modernamente que em Fátima, pois ali as velas ainda são de cera e há um queimador de velas, pense aí, você compra a vela, joga dentro do fogareiro, que é imenso, um braseiro da porra, deve ser para queimar os pecados de quem joga ali as velas, embora iludidos de que ali estão jogando os seus pedidos e agradecimentos. O fato é que em Santa Luzia as velas são eletrônicas, acho que e este o termo, você coloca a moeda no local e a luz acende. É porreta. A Igreja de Santa Luzia é linda, uma pena que o dia estava nublado e eu não pude ver a cidade do alto, alto mesmo, você passa quase trinta minutos subindo para chegar à Igreja.

   Não satisfeita com Santa Luzia, que parece não ter gostado muito da minha visita, porque peguei uma conjuntivite que tá aqui me sacaneando, fazendo com que os meus olhos ardam e marejem ou lacrimejem sempre, fui parar em outro local de peregrinos, desta feita já no Minho, em Braga. Ali conheci uma santa que nunca tinha ouvido falar, Nossa Senhora do Sameiro. Rapaz a fé faz cada coisa, pense em você fazer peregrinação para uma Nossa Senhora do Sameiro. Subi, mais uma vez. Primeiro de ônibus até uma determinada altura, depois, você pega um bondinho, daqueles inclinados, e sobe até o Bom Jesus, dali você vai subindo, subindo, subindo e chega até o Sameiro, que tava todo encoberta, pois o dia nublado e chuvoso não permitia que a gente visse um palmo adiante do nariz. Você só descobria os monumentos quando já estava em cima dele, quase batendo a cara na parede; e que paredes! Fico mesmo intrigada ao constatar como se faziam construções desse tipo e nesses locais. Uma coisa maravilhosa, que deve ser vista por tantos quantos tenham a oportunidade de ir ao Norte de Portugal. Mais uma vez pedi à Santa que ajudasse a todos. O problema é que eu não sei se ela ouve mesmo, porque já é difícil para a Nossa Senhora ouvir as súplicas quando lhe são dirigidas diretamente, pior deve ser quando estas lhe chegam através das suas “sósias”, quero dizer das usurpadoras da sua benevolência, Candeias, Conceição, Sameiro, Nazaré etc. Etc.. Bom, mas o fato é que pedi e acendi as velas modernas, aliás, com as quais gastei uma grana, pois quase acendi todo o quadrado que deve comportar umas cem lâmpadas.

   Braga, segundo as informações oficiais, tem 300 igrejas, pois não é que eu encontrei uma igreja de São Victor! Que felicidade meu Deus, saber que o meu neto tem um santo com o seu nome e que eu pude chegar à Igreja construída em sua homenagem e, exclusivamente, por acaso, procurando o Bom Jesus encontrei o São Victor

A Igreja do Bom Jesus estava fechada e a minha máquina acabou a bateria, fiquei sem o registro desta visita, mas acreditem vale a pena ir a Braga e subir até o Santuário.

Depois de ver tantos e tantos santos e santas, achando que já estava no limite da minha peregrinação eucarística, quase virei uma papisa nesta viagem, vá ver Igreja assim na casa da porra, fui até Nazaré, uma cidade praiana já perto de Lisboa. Que surpresa meu Deus! Não dá nem para acreditar em tanta beleza. A cidade tem dois planos: um que fica exatamente no nível do mar e o outra bem no alto. É como se fosse Salvador. Subi o plano inclinado de lá e fiquei mesmo extasiada, quanto pior é que descobri, também por mero acaso, que ali estava a conhecida senhora da Nazaré, olhem bem: A nossa Senhora da Nazaré, não é Nossa Senhora de Nazaré.

Entrei no Santuário e vi de perto a imagem da Virgem, que é de origem espanhola e remonta a 760 d.C. Acreditem que é verdade, e fechei com chave de ouro esta visitação ecumênica não encomendada, e talvez por isso mesmo, tão extraordinária. Agora vou ficar a aguardar que os pedidos se realizem, inclusive o de ter uma máquina digital de melhor qualidade e que eu saiba manusear.

Queria ter feito um relato mais fiel do que estes lugares representam em termos de fé, mas acho que não sou a pessoa indicada para tal, mas você que é um crente deve vir a todos este espaços de fé e, se possível, peçam também por mim, quem sabe estas sósias todas de nossa senhora vos ouçam e resolvam me ajudar de uma vez por todas, realizando todos os desejos que tenho em relação a mim própria e em relação a todos que me cercam e que são importantes para mim. Ave Maria!

sábado, 12 de junho de 2010

Venha a Salvador

Forte São Marcelo
 Você conhece Salvador? Não! Não dá para acreditar que alguém que tenha mais de 18 anos não conheça Salvador: a minha terra!

Pode acreditar, não é nenhuma apologia desta terra, é a pura realidade. Quem aqui vier vai mesmo se encantar.

Você pode vir por qualquer meio de transporte, você vai chegar a todos os lugares que eu vou falar aqui, mas se tiver o privilégio de chegar de avião ou de navio, sem dúvida, o impacto é muito maior.

Aeroporto de Salvador
Se você chegar de avião vai ver uma coisa única, não há mesmo em nenhum lugar do mundo uma entrada/saída de aeroporto igual à nossa. Para entrar ou sair do Aeroporto Dois de Julho, este é o nome dele, não adianta o nome que colocaram nele, você tem de passar por um túnel. Não se assuste, é um túnel feito de bambu. O Bambuzal que cresceu dos lados da pista formou um túnel natural que é mesmo inacreditável. De dia é lindo, de noite mágico! Tente imaginar um bambuzal todo iluminado, com aquelas luzes que iluminam de baixo para cima, é mesmo maravilhoso, a impressão é que estamos no meio de um belo e grande sonho.

Bahia de Todos os Santos
Antes de o avião aterrar, olhe pela janelinha e veja que coisa mais extraordinária, seja pela noite ou pelo dia, belezas diversas igualmente encantadoras. Se você vier do sul, você vai passar por cima da ilha de Itaparica e vai entrar em Salvador, exatamente, pela Baia de Todos os Santos. Olhe para a esquerda e o Santo Mor da Bahia vai estar lá na sua casa, mas olhando por você, você verá a Igreja do Senhor do Bonfim, é visível, fica no alto e em frente a ela você vai avistar muitas palmeiras imperiais, é inconfundível. Também poderá se deslumbrar com a Igreja do Monte Serrat, e muitas outras coisas, não se avexe com a rapidez com que o avião passa: você vai conhecer de perto tudo isto. Se faça acompanhar de um baiano nas suas caminhadas e, com certeza, ele não deixará que você perca nada destes encantos.

Elevador Lacerda
Chegando de navio, outro deslumbramento, você não vai avistar a Baía de Todos os Santos, você vai estar dentro dela. Você passará a uma distância razoável de muitos e muitos lugares aprazíveis até o seu navio ancorar no Porto de Salvador. O Porto da Barra, O Forte, o Iate, as encostas e prédios da Vitória, a Avenida Contorno com os seus contornos, o Solar do Unhão, a Marina, o Forte de São Marcelo, o Elevador Lacerda, o Mercado Modelo. Tá tudo ali ao alcance da vista e do seu coração, que, certamente, se emocionará.

De carro, ônibus, moto, você pode chegar pelo litoral, Estrada do Coco, dependendo de onde venha, ou pela BR 324, ou ainda, pela Ilha de Itaparica, recomendo, se possível, esta última maneira, pois você vai ter de atravessar da Ilha para Salvador pelo Ferry Boat. Tenho certeza que jamais esquecerá esta travessia, se o dia estiver lindo, como de costume em Salvador, você vai visualizar tudo o que descrevi acima em chegando de navio.

Bom, se você chegou de avião e for pegar um taxi, ou mesmo alguém for te buscar no aeroporto, peça para ir pela orla. Meu irmão, peça ajuda a Deus, pois você vai se emocionar, e muito. Tem que ter mesmo um coração de pedra para suportar a visão que terá à saída da Avenida Dorival Caymmi sem se emocionar. Quando você deslumbrar o mar de Salvador e a vista que terá de uma boa parte da cidade, tenho certeza que vai chorar, porque é mesmo extraordinário. Eu não me canso de apreciar isto e cada dia agradecer a Deus ter tudo isto a minha disposição.

Você vai passar por Itapua, Plaka Ford, Piatã, Patamares, Boca do Rio, Armação, Stiep, Pituba, Amaralina, Rio Vermelho, Ondina, Barra, dependendo do hotel que vai ficar; e ainda tem mais vistas deslumbrantes.

Chegue ao hotel e deixe as malas, e, dependendo da hora, não tome nem banho, vá logo para a rua. Hoje é o primeiro dia, você deve estar querendo conhecer o Pelourinho, todos que aqui vem vão fazer isto. Veja bem: é ótimo conhecer os lugares históricos dos locais onde passamos, mas eu até dispensaria, a não ser pelo fato de que você vai encontrar a Igreja de São Francisco, bem como outros monumentos, eu sugeriria uma passagem rápida pela Igreja e pelo Largo do Terreiro e me apressaria em descer a ladeira do Pelourinho. Vá por qualquer das suas ruas e chegue no sopé da ladeira, quando ali chegar, comece a subir de novo, agora em direção ao Carmo.

Sto Antonio
Quando acabar de subir a Ladeira você vai dar de cara com o Convento do Carmo, hoje um Hotel cinco estrelas em pleno coração do centro histórico. É lindo, mas eu também não daria muita atenção a isto. Você tem poucos dias na terra e precisa ver mesmo o que ela tem de melhor, a não ser que você seja historiador e isto lhe interesse muito.

Entre em algum bar do outro lado da rua. Entrou? Agüenta coração! Vá até alguma janela de fundos. Debruce-se! Olhe! Isto existe, é a minha adorada Salvador que se mostra para você. Em baixo é a cidade baixa, ex centro financeiro da cidade, que ainda preserva alguma dignidade, mas o maravilhoso mesmo é você ver a Baía de Todos os Santos no seu esplendor. Tenho certeza que você vai ficar encantado, mas saia daí! Você tem muitos outros ângulos para ver este mar e tudo o que ele proporciona.

Se o bar do amigo Carlinhos ainda existisse, mandaria você comer um feijão verde com carne de sertão, mesmo que não fosse o horário de almoço, e tomar conhaque com limão e mel, já tomei muitas vezes.

Sto Antonio-Carmo
Veja se consegue ir até o Forte Santo Antonio. Olhe de novo para a Baía de Todos os Santos. O que você avista do outro lado, um pouco ao longe, é a Ilha de Itaparica, e o que você vê mais perto é a Boa Viagem, Monte Serrat, Ribeira. Guarde estes nomes, você vai ter que ir nestes lugares, não há como dispensar. Espero mesmo que você se faça acompanhar de um baiano, que não seja guia turístico, estes não vão aos lugares que você poderá ir em outra companhia.

Volte pelo mesmo caminho e suba o Pelourinho. Quando chegar à Catedral Basílica, se ainda estiver dia claro, ou se for mesmo cedo porque você chegou cedo a Salvador, dobre a direita, depois, de novo à direita e encontre o Plano Inclinado. Pague a passagem e entre nele. Vá sem medo, o que você vai ver é melhor do que qualquer um pode imaginar ou descrever. Viu que coisa mais linda? Chegue lá embaixo, não se preocupe com os odores e nem com as ruas sujas, tudo isto faz parte. Logo na segunda rua, após sair do Plano Inclinado, dobre, mais uma vez, à direita e alcance o bar do “Espanhol”, não sei nome real, nunca me preocupei com isto, mas você o acha: não se preocupe! Peça um pernil e um refresco de qualquer coisa. Não se importe com a sujeira, não vai te fazer mal nenhum. Coma um, dois, quanto agüentar, só vai achar aquele pernil ali, portanto, não faça cerimônia. Conheço o bar e continuo freqüentando todas às vezes a que posso, principalmente no dia da lavagem do lavagem do Bonfim.

Saia dali e vá para a esquerda, vá andando pelas ruas e chegue até o Mercado Modelo, dê uma olhada no Mercado, tem coisas interessantes, mas não se demore, muita coisa cara e muita gente querendo que você compre coisas que não lhe dizem nada. Não gosto do assedio dos vendedores, nem aqui e nem em lugar nenhum.

Saia do Mercado, pelas portas do fundo. Veja o Elevador Lacerda, suba para a cidade alta novamente. Quando sair do elevador de uma espiadela pelos vidros. Lindo não é? Não tem uma vez sequer que eu resista, paro e olho mesmo, me emociono sempre com tanta beleza. Saia e, mais uma vez, olhe de novo! Agora da Praça Municipal. Se conseguir tirar a vista do Forte de São Marcelo, do mar, da Baía de todos os Santos, dê uma colher de chá ao antigo palácio do Governo, é um prédio lindo: vale à pena!

Praça Castro Alves
Sei que tá cansado, mas vá andando para a direta. Que porra não é? Eu só mando ir para a direita, parece coisa de política, mas a verdade é que tem de ser mesma pela direita, a mais festiva de todas. Você vai alcançar a Praça Castro Alves, aquela onde o carnaval pega fogo, onde, antigamente, tinha encontro de trio, desfile de “bichas” no carnaval. A praça que foi imortalizada por Caetano Veloso na letra que dizia “a praça castro Alves é do povo”, e era mesmo. Tenho saudades, mas a nostalgia não é para agora.

Olhe a direita. Existe! Isto existe mesmo: é mais um ângulo da mesma Baia de Todos os Santos, nesta parte vigiada pelo olhar atento do poeta, que não a cansa de saudar. Olhe a estátua, acho que não preciso dizer o nome dele não é?

Mini Cacique
Balcão do Mini Cacique
Se você estiver com fome, se o pernil não foi suficiente ou já se desgastou, recomendo o restaurante “Mini Cacique”, não é de nenhum índio, é de um espanhol, o Luis. Você atravessa a rua, entra na outra rua, a de Ruy Barbosa e vai seguindo, primeiro você vai ver muitas livrarias- sebos -, você deve saber o que é isto: verdadeiras relíquias de livros usados, mas não dá para parar, para isso é preciso ter calma e muito tempo, você poderá achar coisas maravilhosas. Quando chegar ao prédio do INSS, que fica do lado direito, você vai ver o restaurante. Entre, sente e peça, sem susto, o prato do dia. Se for na quinta é cozido, na sexta feijoada, os outros dias eu não me recordo, mas você vai comer bem. Se você estiver acompanhado de um freqüentador do restaurante, você vai ver o tratamento que pode ter um desses abençoados: eu tenho: tortillas, camarões, agulhinha. “Son tapas” cortesia da casa. Peça a D. Calina, mulher do Luiz, que lhe faça uma batida de limão e mel. Não deixe de tomar.

Se você não quiser ir neste restaurante, siga andando pela Rua Carlos Gomes e chegue à praça onde vende flores, onde você entra para o Largo Dois de Julho. Procure o restaurante “Moreira”. Não tema nada, não se deixe levar pela aparência. Sente-se numa mesa, tomara que seja uma segunda feira, você vai correr o risco de encontrar uma nata da cultura jurídica baiana ali: desembargador, conselheiro, delegado, advogados, até eu posso estar ali. Pode pedir o prato do dia também, mas se gostar de omelete... não deixe de comer. Não vai esquecer este sabor nunca mais, e também não vai comer nada igual em lugar nenhum. Esta omelete é exclusiva do Moreira, ninguém iguala aquela massa, ninguém mesmo, não adianta, sequer, tentar. Se você estiver sozinho, infelizmente, só vai poder comer a omelete, mas se tiver com mais pessoas peça outras coisas, por exemplo: a feijoada, a galinha de molho pardo, o lombo, olhe rapaz! Peça qualquer coisa, eu garanto.

Olhe os freqüentadores! Você é privilegiado: poucas são as pessoas, não “natas” é que têm oportunidade de viver um pouco desta nossa vida de baiano não metido a besta e, se metido a besta, faz o gênero não metido para ser “in”. Você vai saber bem diferenciar. É uma pena que não possa participar das brincadeiras, porque elas são muitas nossas, são as nossas vidas que são, debochadamente, gozadas.

Se você é mulher e bonita, pode ser que a turma fique muito animada: não se engane! A grande maioria dos freqüentadores já não está livre, e quem estiver, é boêmio inveterado. Não dê trela: sorria, agradeça os galanteios e siga.

Se não estiver muito cansado (a) siga até o largo dos Aflitos. Pare: olhe de novo para o mar. Continuo a dizer a você que é real. Não é uma pintura.

Neste local tem um restaurante maravilhoso, mas você já comeu e bem, fica para uma próxima.

Vista da Ladeira da Barra
Agora, para não se cansar mais, pegue um ônibus e vá até a Barra, qualquer ônibus que passar pelos Aflitos, no ponto de ônibus que fica ali no muro da lateral do quartel, que esteja escrito: “Via Barra” pode entrar, o via barra vai estar numa plaqueta no para- brisa. O dia já vai estar cansado, tanto quanto você, mas não desanime, pois ele, que quer se esconder, ainda vai te proporcionar muita coisa antes de se recolher.

Desça do ônibus no Porto. Debruce-se na balaustrada da praia. Fique ali sem nada fazer, apenas olhando um pouco do tudo que é aquilo ali.

Forte Santa Maria - Barra
Vá andando vagarosamente em direção ao forte. Pare! Dê uma olhada do forte para a direita, oi ela de novo! Mas não tem jeito, tem de ser para a direita mesmo. Viu? Gostou?

Notou que o sol tá caindo? Se apresse, pois você tem de vê-lo desaparecer de um lugar imperdível. Continue andando margeando o mar, passe pelo farol e siga em frente, vá olhando as coisas todas, mas acelere o passo. Encontre o Barlavento. Pronto! Entre e procure se sentar em uma das mesas da lateral direta, puta merda! Lá vem de novo, vire a cadeira também para a direita. Peça um chopp ou qualquer outra bebida e aguarde. O sol já baixou muito mesmo, você já pode ver agora uma bola de fogo que quer se refrescar no mar. Ele quer tomar banho para dormir e se preparar para mais um dia, todavia, ele jamais faria uma desfeita a você, visitante e apreciador do belo. Aí meu amigo ele se desbunda todo para lhe dar o máximo de si! Vai desaparecendo vagarosamente, mas continua iluminando tudo, fica mais fraco, mas não menos belo, ele agora esta com muitas cores, amarelo, vermelho, laranja, e reflete na água a sua resplandecência. É um momento de pura poesia, mágico e você poderá dizer a todos. “Eu vi o por do sol no Barravento”. O Senhor me deu esta chance. Tire foto para que todos acreditem que isto existe, que é no plano material que funciona.

Agora vá descansar, você merece: se preferir, entretanto, se embriague um pouco aí neste mesmo lugar. Se tiver com sorte e for noite de lua, acabe de ver o sol se por e vire-se para o outro lado, desta vez para a esquerda, acho que vai precisar mudar de lugar, agora penso que o melhor é estar nas mesas do fundo. Fique aí e a veja saindo do seu esconderijo, lentamente; é exatamente assim: um se vai imergindo e a outra vai emergindo deslumbrante, fagueira, se mostrando, como as damas da noite.

Não nego não: uma companhia faria um bem danado! Mas se tiver só, não se importe: você não vai precisar de ninguém, ela lhe fará companhia até as tantas, mas não abuse do álcool, pois ela pode achar que deve achar uma companhia para você, e aí a coisa pega.

Por hoje é só. Vá para o hotel e descanse. Amanhã te encontro. Outras surpresas te aguardam!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

CONSORTE!


E ainda há quem diga que a gente encontra um consorte. Certamente o sem sorte que acha que encontrou a consorte, ou o consorte, é mesmo um atabalhoado.
Todos sabem o que é consorte não é? Consorte é aquele (a) que escolhemos para partilhar a nossa vida, a nossa intimidade, e que, algumas vezes, não com muita sorte, vivemos até a morte, obcecados pela idéia cristã de que o que Deus uniu o homem não separa e que, quando casamos, o fazemos para a vida toda, obedientes que somos ao "até que a morte os separe"

terça-feira, 1 de junho de 2010

Não se pode dizer tudo!

Se pudéssemos falar tudo que nos vem à alma seria tão bom. Seria mesmo? Acho que não, porque não temos só pensamentos bons e bonitos. Quem disser que só pensa em coisas boas e que só quer o bem das pessoas, mente descaradamente, afaste-se!

Somos normais, temos raiva, ódio, sentimentos mesquinhos. Quando nos decepcionamos com alguém, o que queremos mesmo é o mal da pessoa, queremos que ela morra, que ela sofra. Isto é muito normal, portanto, nada de piegas.

Ah! Queria mesmo poder dizer tudo, desde aqueles sentimentos mais mesquinhos em relação às pessoas, como os sentimentos maiores, aqueles que nos fazem mesmo crescer e demonstram o nosso amor pelos outros, embora todos saibamos que estes últimos sentimentos, muitas vezes, não necessitam palavras para serem expressados.

Mas seria muito bom mesmo dizer algumas coisas a algumas pessoas: Por exemplo: Dizer àquela mulher de um seu amigo, que se julga "a gostosona", que ela é "uma merda"; dizer a um juiz que ele é "incompetente" seria a glória; dizer a um "feio", que se acha "bonito", que ele é feio, glorioso; Dizer ao marido de uma amiga que queria "comer ele"; sensacional! Melhor ainda se ele aceitasse...

E que diriam vocês de poder dizer ao namorado (a), companheiro (a), marido (a) amante, este última palavra carrega uma coisa tão forte no seu significado que não tem feminino nem masculino, é comum de dois, ou seria, aos dois gêneros, lembram-se disto? Aliás, amante pode ser qualquer um mesmo, até um comum de dois gêneros, hoje em dia isto é vulgar. Sim, mas voltemos ao que seria bom dizer: Você é corno, foi corno, será corno! Já pensou? Naquela hora mais íntima você dá aquela risadinha bem safada e diz: "Tá pensando que é só você que come"?  Seria o máximo ver a cara do, ou da (corno). Na realidade penso que, em pensamento, muita gente já fez isto, podendo ter sido tanto sujeito ou objeto do pensamento.

Mas em relação a corno tenho que tirar o chapéu para aquele que sabe mesmo que é e continua como se nada tivesse acontecendo: é como bem diz um filósofo árabe que tive o prazer de conhecer: "Corno não é: corno se sente".  Como é coisa de filósofo, continuo sem entender o que ele quis dizer com "sente". Fico na dúvida se o sente é o de sentir que se é corno no plano do "eu", ou se é naquele plano em que você, figuradamente, passaria a mão pela cabeça e sentiria, literalmente, a testa crescer, ou ainda: não sentir nada com a revelação do fato de ser corno, porque se está num plano tão filosoficamente alto, tão evoluído, que não ha qualquer preocupação com o corno. Penso que é esta última hipótese a que condiz com o filósofo.  Bom o certo é que, mesmo este corno da filosofia fauazeana, deveria ter um prazer enorme em dizer para quem o, ou a, estivesse corneado: Tá pensando que sou otário (a), que não sei que sou corno? Mais corno é você, que nem percebe que é. Porra velho: Hilariante!  

Se falo de "corno" é porque como diz o ditado: "este é o último a saber", aliás, ditado mas correto, e na grande maioria dos casos de uma realidade cruel. Todo mundo sabe, mas o corneado (a) não. Quando chega a saber, já tomou tanto corno que não tem mais graça alguma a revelação e já não se pode nem mesmo ter uma vingança à altura. Porque vingar-se de um corno só se pagando na mesma moeda, e dependendo das moedas da relação, isto poderia ser um espetáculo, um show com bilheteria esgotada.  Aí seria em grande: O corneando e o corneado trocando de posição a cada dia. Todavia aqui há um particular: em princípio o primeiro corneando teria de ficar na absoluta ignorância de que estaria, ou está, sendo corneado; depois de algum tempo, quando esquecesse de que foi um corneando, quando estivesse pensando numa "remissão dos pecados", aí sim: o atual corneando começava a deixar transparecer o ato/fato. Uma falha aqui, uma indiscrição ali, colocava uma dúvida aqui outra acolá, deixando o corneando louco. Já não se preocupava muito com as línguas oficiais, afinal elas também seriam um instrumento para que a informação chegasse a quem de direito, até o dia em que, corajosamente, o corneando atual diria: Você é corno (a). Que maravilha! Acho que até a alma ia gozar: um gozo prolongado, quase etéreo, se não fosse tudo tão fugaz: o gozo e o corno.

Entretanto, não é só o dizer ao corno que ele é corno que dá prazer. Você pode experimentá-lo em muitas outras situações: já pensou em poder chegar para um político e dizer: Você é um bunda mole! Que coisa mais boa hein! Só correríamos um risco de andar por cima de muitas bundas, que de tão moles iriam formar um grande tapete, fedorento claro! Mas um enorme e multicolorido tapete.   

E para um seu colega de trabalho que você não gosta, mas é seu superior e pode pedir a sua demissão: Você é um embuste! É melhor arrumar outra palavra, para que a pessoa possa entender mesmo, porque não adianta falar coisas que não sejam captadas pelas pessoas, afinal a comunicação exige um emissor e um receptor. Na dúvida, arranje logo uma boa palavra, porque você seria despedido mesmo, então mande ver.

Pense em você chegar para a sua sogra (o) e dizer literalmente: Não gosto de você!

Dizer para um professor que se julga o mais retado do mundo e que se vangloria de ter dado muitos e muitos alunos para o mundo, de ter implantado um curso de mestrado em uma faculdade, que ele é uma "porcaria" como educador.

Olhe! Isto aqui são só alguns exemplos do que eu, e acredito que muita gente, gostaria de dizer. Mas as regras do social, da convivência, da "mentira" não nos permitem isto. Mas como Deus é onipresente, ele bem sabe o quanto a gente poderia dizer de tantos quantos passaram pela nossa vida, seja coisa boa, seja coisa ruim. Também ele, por esta qualidade imensa de bisbilhoteiro que tem, sabe o quanto já rimos, sozinhos, daqueles que não são nem "onipresentes", nem "onipotentes", nem "oniscientes"..., mas se acham!  

 

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